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fonte: oglobo.globo.com |
Casinhas coloridas uma sobre a outra, caixas d'água, fiações de luz, quadra de basquete e futebol, gatos, cachorros e bonecos em cima de lajes. Você não está na comunidade, é tudo mentirinha, esses foram os símbolos que o Rock in Rio escolheu para a montagem do Espaço Favela e para entrar foi preciso pagar mais de R$500 por um ingresso.
O foco do festival com este palco era dar visibilidade à arte que é feita nas favelas, retratando a pluralidade cultural do Rio de Janeiro. Mas quando falamos de um evento como o Rock in Rio, por mais que sejam milhares de pessoas, ainda é um evento elitizado, no qual os ingressos não são acessíveis a grande parte da população, principalmente para quem mora nas comunidades.
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fonte: arquivo pessoal |
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fonte: arquivo pessoal |
O palco favela fez barulho assim que anunciado, meses antes do evento o rapper Djonga já cantava na música Ladrão, “O mais perto que ces chegarem do morro é no palco favela do Rock in Rio”. Montar um espaço que representa a realidade de uma população como atração para que outras pessoas, da qual a realidade social é totalmente diferente, torna a vida de muitos um entretenimento para poucos.
Por mais que a intenção seja mostrar a cultura de um ambiente para aqueles que nunca tiveram acesso, ao delimitar que essa cultura só poderá entrar no festival depois de criar um espaço especial para ela, a divisão é clara, um artista de comunidade só pode ser visto assim, como um artista de favela em um ambiente que recria sua realidade.
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