Novembro é o mês da Consciência Negra! O dia 20 é em homenagem a Zumbi dos Palmares, escravo refugiado, símbolo da luta dos negros pelo fim da escravidão no Brasil. Esta data foi estabelecida para aprofundar as discussões sobre raça em um país que ainda carrega traços de uma sociedade escravagista e profundamente racista. Durante esse mês, são levantados muitos debates sobre o preconceito racial e é sempre bom propor uma reflexão sobre o povo e a cultura africana no Brasil.
É necessário falar sobre o contexto social na qual essa população está inserida, o racismo segue presente na sociedade e é importante mostrar as lutas que os negros ainda enfrentam por conta disso. Embora o racismo seja crime no Brasil, a realidade é totalmente diferente da teoria e até mesmo das leis.
Para refletir sobre esse assunto, separamos 15 filmes para conscientizar sobre: a comunidade negra, o racismo e suas consequências
Cidade de Deus
O filme retrata o crescimento do crime organizado na Cidade de Deus, favela do Rio de Janeiro, considerada uma das mais perigosas da cidade. O drama é narrado pelo personagem Buscapé, um jovem que decide registrar o cotidiano violento da favela por meio da fotografia. E propõe um debate importante sobre a construção social no Brasil, que teima em classificar o negro como “perigoso”, revelando a desumanização dessas pessoas por uma sociedade preconceituosa e intolerante.
O Ódio que Você Semeia
Starr Carter (Amandla Stenberg) é uma adolescente negra de dezesseis anos que presencia o assassinato de Khalil, seu melhor amigo, por um policial branco. Ela é forçada a testemunhar no tribunal por ser a única pessoa presente na cena do crime. Mesmo sofrendo uma série de chantagens, ela está disposta a dizer a verdade pela honra de seu amigo, custe o que custar.
Pantera Negra
É o primeiro filme solo deste herói da Marvel, traz o protagonismo negro para as telonas. Na história, T’Challa (Chadwick Boseman), retorna ao reino de Wakanda após a morte do pai para participar da cerimônia de coroação. O longa faz menções claras sobre a evolução tecnológica dos países africanos, apresenta a representatividade negra com cenários, vestimentas e dialetos da cultura africana.
Corra!
O enredo é em torno de um casal interracial formado por Chris (Daniel Kaluuya), um jovem negro, e Rose (Allison Williams), uma garota branca de família tradicional. Os dois aproveitam um final de semana para viajar ao interior para que o garoto seja apresentado à família Rose. Chris tem que lidar com uma série de situações tensas envolvendo as pessoas que conhece nessa experiência, em uma temática que debate com força a questão de racismo velado que sempre passa despercebido na sociedade.
Moonlight
Concentrado na trajetória de Chiron, o filme ganhador de três Oscar em 2017, trata, entre diversas questões, sobre a busca de identidade e de autoconhecimento por parte de um homem negro que sofre com bullying desde pequeno e tem proximidade com questões de vulnerabilidade social, como tráfico, pobreza e rotina violenta.
Infiltrado no Klan
Dirigido por Spike Lee, a obra, fala sobre um policial negro do Colorado que, em 1978, conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan local. Ele se comunicava com a seita por telefonemas e cartas. Quando precisava estar pessoalmente, enviada um policial branco no lugar. Assim, Ron Stallworth sabotar uma série de crimes de ódio cometidos pelos racistas. Parece uma história inventada, ao estilo dos filmes de Quentin Tarantino, mas acredite, é real.
O filme de Tarantino conta a história de Django (Jamie Foxx), um negro escravizado que é libertado por Dr. King Schultz (Christoph Waltz), um assassino de aluguel. Junto dele, Django foi em busca de sua esposa, que foi separada dele em uma das casas onde os dois foram escravizados. Nessa jornada, o herói enfrenta uma série de situações racistas que aconteciam nos Estados Unidos na época, com referência a casos que ocorrem até os dias de hoje.
Protagonizado por Lázaro Ramos, o longa retrata a vida de pessoas que moram em um cortiço no Pelourinho durante o período de carnaval. A história traz uma série de referências a conflitos raciais e violência contra jovens negros na capital baiana, que não difere da realidade que se vê em outras metrópoles do Brasil.
Um dos mais difíceis filmes de se assistir sobre esse período, 12 Anos de Escravidão mostra a vida de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um negro liberto que vive com a família no norte dos EUA e trabalho como músico. Só que ele acaba sendo vítima de um golpe que o faz ser levado para o sul do país como escravo, onde passa a sofrer cenas trágicas e difíceis de
digerir.
Histórias Cruzadas
Baseado no livro “A Resposta”, escrito por Kathryn Stockett, o filme se passa em uma pequena cidade no sul dos Estados Unidos numa época em a discriminação racial começava a ser debatida na sociedade norte-americana, muito por conta da presença de Martin Luther King. A trama tem Skeeter (Emma Stone) como protagonista, uma jovem que retorna à sua cidade natal para escrever um livro a partir do ponto de vista das empregadas domésticas, mulheres negras que sofrem preconceitos diariamente e que deixaram suas vidas de lado para criarem os filhos da elite branca, da qual Skeeter também faz parte.
Cinebiografia do pastor e ativista social Martin Luther King, que liderou uma perigosa campanha em busca de direitos eleitorais igualitários para a comunidade negra. O filme acompanha as marchas realizadas por ele e outros manifestantes, em 1965, entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, até Montgomery, a capital do Estado.
Se a Rua Beale Falasse
Baseado no livro de James Baldwin, o filme conta a história de Tish, um jovem negra que, nos anos 1970, luta para provar a inocência do namorado, Fonny, preso injustamente pela polícia de Nova York.
Bem vindo a Marly-Gomont
Seyolo Zantoko (Marc Zinga) é um médico que acabou de se formar em Kinshasa, capital do seu país natal, o Congo. Ele decide ir para uma pequena comunidade francesa por conta de uma proposta de trabalho e, junto da família, precisa enfrentar o racismo de frente para alcançar seus objetivos.
À procura da felicidade
Um clássico, o filme conta a luta de Chris Gardner (Will Smith), um empresário com sérios problemas financeiros, que perde a esposa e passar a cuidar sozinho de seu filho, Christopher (Jaden Smith). O drama mostra as dificuldades e desafios impostos a negros de origem humilde que buscam uma oportunidade para sustentar a família.
Coach Carter
Carter (Samuel L. Jackson) é técnico de um time de basquete colegial em uma comunidade negra e pobre dos Estados Unidos. Com o pulso firme, ele consegue deixar claro que seu objetivo é empoderar jovens negros para que enfrentem o racismo no mundo lá fora da forma certa.
BÔNUS
Documentários:
What Happened, Miss Simone?
Esse documentário apresenta a vida de Nina Simone, uma das maiores cantoras e compositoras dos Estados Unidos, que tentava sempre conciliar a carreira com a sua luta pelos direitos civis dos negros. São gravações, cartas e entrevistas inéditas, que reconstituem a vida de uma das artistas mais incríveis da história.
Os Panteras Negras: Vanguarda da Revolução
O documentário de 2015 da Netflix reúne fotografias, cenas históricas e depoimentos de Panteras e agentes do FBI para compreender a trajetória do movimento, a mais importante organização civil dos Estados Unidos no século passado, que utilizou de diversas estratégias para combater o racismo e a violência policial.
Séries:
Dear White People (Cara Gente Branca)
É uma série de televisão satírica americana baseada no filme de 2014 de mesmo nome.Gira em torno de um grupo de alunos negros que se sentem frequentemente desrespeitados em uma universidade onde a maioria dos estudantes são brancos - como qualquer instituição com caráter elitista. Justin Simien, diretor do filme e roteirista da adaptação, conseguiu na série ter mais tempo para discutir e se aprofundar pedagogicamente em outras problemáticas relacionadas ao racismo de forma absolutamente brilhante.
The Get Down
A história se passa em Nova York, no final dos anos 1970, quando começa a surgir um novo movimento musical no Bronx, voltado para jovens negros e marginalizados na sociedade. A trama é uma aula de história do Hip-Hop e da relação das minorias com o gênero musical, que se tornou um grande símbolo de resistência política.
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